BEM-ESTAR ANIMAL, É MUITO MAIS DO QUE O BEM-ESTAR DO ANIMAL
- siegmarschuenke
- 23 de fev. de 2023
- 2 min de leitura
Engana-se quem pensa que garantir o bem-estar do animal é somente uma questão de humanidade, ou de um olhar mais evoluído para a relação do ser humano com o ecossistema.
Quando um animal em produção confinada sofre por falta de água, excesso de calor ou frio, ambiente muito úmido, gases gerados pelos dejetos e/ou falta de luminosidade ou espaço, ele tem um impacto direto de stress, o que gera desordens comportamentais e problemas de saúde animal.
Como consequência temos impacto direto na produtividade, onde desordens como “reação de luta ou fuga” (MOBERG, 2000) aumentam significativamente as perdas no processo, quer por lesões que podem se agravar, ou por mudanças nos hábitos alimentares que vão impactar na conversão alimentar.

Outro aspecto é a suscetibilidade dos animais a doenças, principalmente na suinocultura que é muito sensível as condiçoes do ambiente e do manejo, situação que se agrava quando consideramos a densidade de animais alojados e o alto risco de propagação de doenças.
Neste cenário, quem cuida e leva a sério o bem-estar animal certamente está monetizando em produtividade as suas ações, entretanto, muitas vezes, o alto valor de investimentos e a complexidade para sua realização inibem muitas das ações.
No entanto, temos dois aspectos que são cada dia mais relevantes, pois já não é somente uma questão de “falar que faz” mas sim de poder comprovar que foi feito, pois neste cenário a tecnologia permite que se possa comprovar dentro de um método de monitoramento se as condições estavam adequadas para o animal, bem como gerar alertas quando as condições apresentarem riscos.
É possível fazer o monitoramento de diversos indicadores, porém, a título de exemplo, vamos focar em um deles, o nível de ruido gerado no galpão de alojamento dos animais, onde temos alguns estudos que associam um ruído excessivo com nível de stress alto. Assim, o monitoramento contínuo pode tanto gerar alertas para tomada de ações como também pode comprovar o bem-estar dos animais alojados.
Outro exemplo é o monitoramento do nível de exposição aos gases tóxicos dos dejetos, tendo em vista que ter a informação dos níveis que cada grupo de animais foi exposto pode trazer informações preciosas da relação dos gases com a conversão alimentar e qual deveria ser a rotina de limpeza para impedir a exposição de animais e humanos.
Como podemos observar, cada indicador monitorado permite, além de um melhor manejo dos animais, uma infinidade de análises. Assim, se vincularmos a informação dos animais alojados e sua performance de peso, qualidade e saúde, podemos por meio de redes neurais de causa e efeito entender melhor as correlações entre as condições de ambiência e o rendimento final do animal.
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